17 de nov. de 2009

Mulheres devem fazer mamografia a partir dos 35 anos, diz médico



Estudo americano recomenda exame a partir dos 50 anos.
Em 2008, 49.400 casos de câncer de mama foram registrados no Brasil.

A recomendação de seis grupos independentes de pesquisa americanos de que a mamografia comece a ser feita apenas a partir dos 50 anos não deve ser seguida no Brasil, diz o ginecologista e mastologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo, Roberto Hegg.

“A população brasileira é diferente da americana e infelizmente ainda temos um número alto de casos de câncer de mama diagnosticados tardiamente.”


O câncer de mama é o principal tipo de câncer entre as brasileiras. Em 2008, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), eram esperados 49.400 novos casos no Brasil. O número representa um risco estimado de 51 casos a cada 100 mil mulheres.


A conclusão dos pesquisadores americanos deve ser examinada com cuidado, diz Hegg. De acordo com a recomendação, publicada na revista "Annals of Internal Medicine", os exames de mama bienais em mulheres entre 50 e 74 anos são tão vantajosos quanto os exames anuais a partir dos 40, sem suas desvantagens.


As desvantagens, dizem os grupos de pesquisas, seriam os altos índices de exames que apresentam o chamado “falso positivo”, o que além de representar um estresse desnecessário para as pacientes tem impactos nos gastos dos sistemas de saúde.


Enquanto a recomendação americana é discutida por especialistas, a indicação da mamografia para as mulheres brasileiras continua a mesma.

Entre 35 e 40 anos, as mulheres devem realizar o exame pelo menos uma vez

Entre os 40 e 50 anos, a cada dois anos. E a partir dos 50 anos, a mamografia deve ser feita pelo menos uma vez por ano, explica o médico.


No caso de mulheres com histórico familiar de casos de câncer de mama, a recomendação de Hegg é que estejam mais atentas e realizem com frequência o auto-exame das mamas.

Para mulheres com menos de 35 anos nesta condição, o exame mais indicado é o ultrassom da mama. “Antes dos 30 ou 35 anos, a mama da mulher é mais densa, por isso a mamografia não tem tanta efetividade”, diz Hegg.

Emilio Sant'Anna Do G1, em São Paulo