3 de jul. de 2009

Conversar com as crianças


Conversar com as crianças desenvolve mais a linguagem do que ler histórias para elas, segundo pesquisa da Universidade da Califórnia


Estimular a participação de crianças em conversas pode ser até seis vezes mais efetivo do que ler para elas. O presente estudo, coordenado pelo Dr. Frederick Zimmerman, da UCLA School of Public Health, publicado este mês no periódico Pediatrics, mostra que os pediatras recomendam melhorar a capacidade de linguagem infantil através da leitura e da narração de eventos diários à criança. Este bom conselho, entretanto, pode não enfatizar como deveria a troca de informações e a importância das crianças falarem o máximo possível com adultos.

Foram avaliadas 275 famílias com crianças entre 2 meses e 4 anos, medindo a exposição dessas crianças a conversas de adultos com adultos, conversas de adultos com crianças e sua exposição à televisão. Foram feitos ajustes para atributos socio-econômicos. As crianças foram submetidas a um teste de linguagem para saber como se comunicavam. Aquelas expostas a conversações tiveram um desempenho seis vezes melhor que as outras. Elas tinham um vocabulário mais rico e cometiam menos erros – possivelmente porque as conversas davam a chance dos adultos corrigirem erros gramaticais comuns da infância. Aquelas crianças que principalmente ouviam histórias ou conversas de adultos sem que participassem delas apresentaram certo progresso, mas descrito como “frágil”. Aquelas que assistiam mais televisão não mostraram desenvolvimento, mas, diferente do que se pensa, também não mostraram efeitos negativos na linguagem.

Os especialistas esclarecem que não basta apenas conversar com as crianças, é importante engajá-las na conversa e estimulá-las a participar com seus comentários.

A cada dia uma criança escuta cerca de 13 mil palavras faladas por adultos e participa de cerca de 400 conversas com adultos. Quanto mais conversa, mais oportunidades para correções que ajudam no aprendizado e no uso de novas palavras, ampliando o vocabulário.

Fontes:

UCLA School of Public Health
Pediatrics