13 de set. de 2009
Semana Farroupilha - 20 de Setembro
Revolução Farroupilha
A Reação do Império
O Império não aceitou a rebeldia dos gaúchos, legitimando o governo deposto. Porto Alegre manteve-se menos de um ano nas mãos dos farroupilhas, sendo reconquistada pelo futuro Conde de Porto Alegre. Em retirada, as tropas rebeldes foram derrotadas na Batalha do Fanfa (04/10/1836) e Bento Gonçalves e seus oficiais foram levados presos para a Corte.
Apesar de derrotados na capital, os revoltosos obtiveram vitórias na Campanha, liderados pelo General Antônio de Souza Neto. Após a Batalha do Seival, em Bagé, inspirado pelos oficiais republicanos Lucas de Oliveira e Joaquim Pedro Soares, o General Neto proclamou a República Rio-Grandense em 11 de setembro de 1836.
Em 05 de novembro de 1836, a Câmara de Piratini instalou o governo republicano e elegeu o seu Presidente, Bento Gonçalves. Como o Presidente eleito estava preso no Forte do Mar, na Bahia, assumiu, interinamente, o Vice-Presidente, José Gomes Jardim.
Apesar da perda de Porto Alegre, as tropas republicanas avançavam no interior. No ano de 1838, ocorreram importantes vitórias, como a batalha do Barro Vermelho nas proximidades de Rio Pardo.
Lenço Farroupilha
lenço de seda, com 83x87 cm, de autor e procedência desconhecida. No centro de um quadrado, as armas da República Rio-grandense, com a inscrição "República Rio-grandense - 20 de setembro de 1835; abaixo, a fita: Liberdade, Igualdade e Humanidade, tendo em volta as datas das principais vitórias farroupilhas. Nos quatro ângulos, duas bandeiras entrelaçadas, e, na cercadura, os versos: "Nos ângulos do Continente, O Pavilhão Tricolor, Se divisa sustentado, Por liberdade e valor." Logo abaixo do escudo, três letras: S. G. C.
Os lenços Farroupilhas foram encomendados pelo Major Bento Pires da Silveira, chefe de polícia do Departamento de Piratini, por intermédio de Marcial Rodrigues, comerciante de Montevidéu, que os mandou vir dos EUA, a 10 de maio de 1842. Alguns vieram por Rio Grande, mas foram queimados na Alfândega. Os que chegaram por terra foram para o acampamento volante, em Piratini, em terras de Manuel de Moura, a 03 de dezembro de 1843.
Apresentavam dois padrões: um deles tinha no centro o Duplo Pavilhão da República, supondo-se ser da autoria de Bernardo Pires. O outro exemplar, mais raro, exibia no centro dois indígenas, cada qual sustentando a bandeira tricolor.
Do primeiro padrão se tem a referência de ter envolvido o crânio de Bento Gonçalves, quando da transladação de seus restos para Rio Grande. Os lenços existentes no Museu são do segundo padrão.
O Término da Revolta
Em 1842, o Governo Imperial nomeou Luís Alves de Lima e Silva, Barão de Caxias, para comandar suas forças no Rio Grande do Sul. Sob seu comando as tropas imperiais se reorganizaram, obrigando os farrapos a recuarem.
Caxias encontrou os farroupilhas enfraquecidos politicamente com as disputas na Constituinte, endividados e sofrendo o assédio dos argentinos. Além disso, Bento Gonçalves havia renunciado à Presidência, voltando à sua condição de comandante de tropas.
Dado a progressiva redução do território sob poder dos farroupilhas, Davi Canabarro, Comandante do Exército Republicano, aceitou a proposta de paz.
Após várias e difíceis tratativas, a pacificação foi assinada em Ponche Verde, em 28 de fevereiro de 1845, dando fim a mais longa rebelião contra o Império.
Sem vencedores, a Revolução Farroupilha foi a mais duradoura experiência republicana do Período Imperial, difundindo valores que até então não encontravam espaço num país monárquico, excessivamente centralizado e escravista
Duque de Caxias
Duque de Caxias
Aquarela de Debret intitulada “Escravo negro conduzindo tropas na Província do Rio Grande.
Sempre acompanhou o Gaúcho esteve presente e esta até hoje faz parte da nossa História