SURGE A FOTOGRAFIA... NIÉPCE, TALBOT E DAGUERRE
Para o processo se tornar mais automático, faltava descobrir ainda, como substituto do pergaminho, um material sensível à ação da luz, isto é, capaz de registrar uma imagem ao ser atingida pela luz refletida de um objeto. Em 1816 o químico francês Nièpce deu os primeiros passos para resolver o problema, conseguindo registrar imagens em um material recoberto com cloreto de prata. Mais tarde, em 1826, ele associou-se ao pintor também francês Daguerre, e ambos desenvolveram uma chapa de prata que, tratada com vapor de iodo, criava uma camada superficial de iodeto de prata, substância capaz de mudar de cor quando submetida à luz.
1821 — Um teatro para a exibição de panoramas com efeitos de luz variáveis e pinturas, conhecido como DIORAMA, é projetado pelo ator e pintor francês Louis Jacques Mamnde Daguerre. Co-inventor e proprietário desse processo – trata-se de panoramas imensos pintados sobre telas semitransparentes, nos quais se exibiam alguns “efeitos especiais” que, refletidos por uma luz, contavam uma história.
DAGUERRE — Físico francês, autor, pintor, inventor. Nasceu em 18/11/1787, em Cormeilles – Paris, França. Ele inventou o Daguerriótipo (daguerrotype), em 1839. Morreu em 12/07/1851 na mesma cidade em que nasceu.
NIEPCE — Físico francês, químico, autor. A nephew, Claude Felix Abel Niepce de Saint-Victor (1805-1870), was the first to use albumen in photography and also produced photographic engravings on steel.
1826 — Niépce aprimora a técnica e faz a foto “A mesa posta”. No mesmo ano, Daguerre teve contato com os trabalhos de Niépce.
1826 — Pioneiro, o físico e litógrafo francês Joseph Nicéphore Niépce (07/03/1765 – 05/07/1833) foi a primeira pessoa do Planeta a obter uma verdadeira imagem fotográfica. A experiência foi o primeiro passo prático para a fotografia em toda a Europa, possibilitando combinar a chapa fotossensível (filme) e a câmera escura (máquina fotográfica).
“Ponto de vista”, assim é como chama Niépce as imagens obtidas do natural para distinguir as “heliografias”. Esta é a primeira fotografia que se conhece, tirada em 1826. É uma paisagem campestre, uma vista descortinada da janela do sótão da casa de campo do inventor, em Gras, França. Resultado de um processo heliográfico...
Ele usa uma placa de estanho recoberta com “betume da Judeia” para fixar a fotografia nesse metal e revelada com óleo de lavanda. Coloca uma placa sensibilizada quimicamente dentro de uma câmara escura com orifício para exposição à luz, processo que demora, na época, oito horas. Isto é, calcula-se que a exposição à luz tenha durado oito horas, em um dia de verão.
Joseph_Nicéphore_Niépce): Ele produziu as primeiras imagens da janela do seu escritório. Tais imagens mostravam o terreno da granja em Chalon-sur-Mer no vale do Loire...
1827 — Niépce consegue produzir o primeiro quadro fotográfico próspero, com imagem permanente... Em fevereiro de 1827, Niépce recebeu uma carta de Louis Daguerre, de Paris, que manifestou seu interesse em gravar imagens...
Poucos anos após a primeira imagem de NIÉPCE, os fotógrafos já se dividiam em seis aficionados gêneros temáticos. Duas áreas eram privilegiadas, o retratismo e o paisagismo (cenários urbanos ou naturais). Os fotógrafos profissionais começavam a criar suas associações; e iniciava-se uma linha divisória entre amadores e profissionais, arte e comércio, registro documental e de cenários idílicos, arranjos vulgares e expressões pessoais.
O registro de paisagens e monumentos foi outro desejo que, aos poucos, foi saciado. Os europeus tendiam a ir para centros da Antiguidade clássica ou oriental: monumentos gregos e romanos, pirâmides egípcias, marcos sacros de Jerusalém passavam a habitar o imaginário popular de uma maneira muito mais palpável. Já os americanos iam para o oeste, retratando uma paisagem e uma expansão que eram motivos de orgulho e identidade nacionais. Ateliês têm como atividades principais os retratos e as paisagens. A curiosidade por um país tropical e “primitivo” imprime às fotografias um tom exótico e bastante comercial...
1829 — Niépce e Daguerre unem-se numa sociedade, para avanços nas pesquisas relativas à fotografia, no entanto Niépce morre depois de quatro anos.
1832 — O físico britânico William Henry Fox Talbot (11/02/1800 – 17/09/1877) é eleito companheiro da ROYAL ASTRONOMICAL SOCIETY. Um dos inventores da fotografia, produziu os primeiros negativos em papel por volta de 1834. Fotografou sua casa em Abadia de Lacock – um negativo pequeno e pobre em qualidade.
TALBOT — o Princípio do Negativo. Outros dois nomes devem ser lembrados na história daquilo que se entende hoje por fotografia. DAGUERRE e outros continuaram a aperfeiçoar as chapas sensíveis, os materiais de revelação e fixação e até mesmo as objetivas. Mas foi uma invenção de Jose Petzval que libertou os primeiros fotógrafos dos absurdos tempos de exposição, que chegavam a 30 minutos nos primórdios: uma lente dupla, formada por componentes distintos, com abertura f 3.6, trinta vezes mais rápida do que as tradicionais lentes Chevalier, adotadas até então. Mesmo assim, o invento não resolvia o problema final para a total popularização da fotografia: a reprodução, pois todos os processos produziam um só positivo. Foi o inglês FOX TALBOT quem resolveu o problema, ao criar o sistema para reprodução infindável de uma imagem fotográfica a partir da chapa exposta – o negativo. Isto ocorreu na década de 40 do Século XIX. De lá para cá, todas as demais invenções foram aperfeiçoamentos de um mesmo sistema. Outra revolução igual só aconteceria com o advento da câmera digital.
1835 — DAGUERRE descobre a imagem latente, uma imagem oculta que reduzia o tempo de exposição de oito horas para trinta minutos (fotografia prática). Descobre que placas de cobre cobertas com sais de prata conseguem captar imagens, que podem se tornar visíveis ao ser expostas ao vapor de mercúrio. Isso o leva, em 1837, a fixar suas imagens – o que chamaou de DAGUERREÓTIPO – processo capaz de fixar a imagem com um tempo menor de exposição (em geral 30 minutos), o que possibilita realizar fotografias mais rápidas. Cada uma ainda é exemplar único, do qual não é possível fazer cópias...
Em Boulevard du Temple, de 1838, vê-se uma paisagem de Paris com uma pessoa na parte inferior esquerda da fotografia. Proeminente, no dia 19/08/1839, anunciou oficialmente ao mundo a fotografia. Sua única e não duplicável imagem invertida sobre uma placa de metal – daguerreótipo. Alcançou grande popularidade em seu tempo. Publicou um manual em que descrevia seu método: Historique et description des procédés du Daguerreótype et du Diorama.